1969 Cliff Robertson (2024)

Morreu o actor Cliff Robertson, vencedor de um Óscar em 1968

12 de Setembro de 2011

O actor americano Cliff Robertson, que ganhou um Óscar para melhor actor em 1968, morreu sábado em Nova Iorque, de “causas naturais”, segundo a secretária. Tinha 88 anos.

Foi pelo filmeOs Dois Mundos de Charly, onde interpretava um homem que sofria de perturbações mentais, que viria a receber o galardão. Do público mais jovem era conhecido por ter interpretado o tio de Peter Parker emO Homem-Aranhae do mais velho por ser o rosto de JFK emJFK – O Herói do 109de 1963. Terá sido o próprio Kennedy a escolher Cliff para o interpretar como tenente da Marinha dos EUA.

Entre outras obras em que participou, destaque paraPT-109,The Naked and the Dead,GidgetouThe Interns. Ficou também conhecido por ter feito frente ao patrão da Columbia Pictures, nos anos 1970, no processo Hollywoodgate. Cliff acusou Begelman de ter falsificado um cheque de 10 mil dólares em nome do actor. O patrão da Columbia acabou preso, mas o actor, por ter ousado enfrentar um dos poderosos de Hollywood, esteve afastado vários anos.

Flores para Cliff Robertson

Charly(1968) apresenta uma das poucas performances de qualidade de um personagem com deficiência intelectual por um actor mentalmente capaz.

Escolher um actor mentalmente capaz para interpretar um personagem com deficiência mental é uma aposta. Não só levanta questões de representação de pessoas com deficiência, mas se não for tratado com cuidado, o resultado pode ser o desastroso filme de Sia,Music, no qual Maddie Ziegler retrata o personagem-título autista como um estereótipo horrível.Ocasionalmente Hollywood acerta, e um dos melhores exemplos é o filmeCharly, de 1968 , realizado por Ralph Nelson e estrelado por Cliff Robertson. Baseado emFlores para Algernonde Daniel Keyes – publicado pela primeira vez como um conto em 1958 e depois um romance em 1966 – o filme conta a história de Charlie Gordon, um homem de 38 anos com deficiência intelectual cuja inteligência aumenta após uma operação experimental. apenas para perder tudo no final.

Charly (interpretado por Robertson) está a ver pela primeira vez num playground deslizando em escorregadores, balançando em balanços, subindo em barras de macaco e rindo com crianças, tudo isso usando um fato castanho. Ele é um homem adulto por fora, mas um garotinho por dentro.Corta para ele assistindo estudantes universitários no campus se engajando em debates intelectuais, desejando que ele pudesse ser um deles.Charly faz aulas nocturnas de ESL para aprender a ler e escrever melhor, mas tem dificuldades. Ele trabalha como zelador numa padaria onde os colegas de trabalho pregam peças cruéis nele para diversão, embora Charly não saiba que eles estão rindo dele.

Charly participa em vários testes de aptidão conduzidos pela professora da escola nocturna, Alice Kinnian, na clínica dos Drs. Nemur e Strauss. Num teste, ele corre com um rato de laboratório chamado Algernon, que corre por um labirinto enquanto Charly faz o mesmo labirinto no papel para ver quem termina primeiro. Charly perde e fica envergonhado com a derrota até que Alice lhe diz que Algernon fez uma operação experimental para aumentar a inteligência. Charly concorda em ter a mesma operação.Ele não mostra nenhum progresso no início após a operação até uma noite em que finalmente vence Algernon numa corrida.

A inteligência de Charly cresce a um ritmo alarmante a ponto de, durante sessões de aulas particulares com Alice, responder às perguntas no meio da frase. Desenvolve sentimentos por ela. No trabalho, os colegas de trabalho tentam prepará-lo fazendo com que ele trabalhe na máquina de misturar a massa, que um colega de trabalho diz que levou dois anos para ele aprender. Charly opera a máquina com sucesso numa tentativa, o que leva à sua demissão porque ele não pode mais ser o alvo das piadas de todos.

Dr. Strauss diz ao Dr. Nemur que, apesar da inteligência aumentada, Charly ainda tem a maturidade emocional de uma criança. Dr. Nemur não acredita nela.Uma noite Charly aparece no apartamento de Alice e confessa o seu amor por ela. Explica que ele está confuso, mas se força sobre ela e a beija até que ela o esbofeteia e o rejeita. Charly lida com a rejeição tornando-se um motoqueiro hippie.Quando volta para casa, Alice está à espera dele, e os dois vão acampar na floresta para uma brincadeira romântica de quatro semanas.

Drs.Nemur e Strauss fazem uma apresentação sobre a operação de Charly numa convenção científica. Quando Charly sobe ao palco para uma sessão de perguntas e respostas da platéia, ele é curto, fala sobre como a tecnologia levará à devastação futura e revela que voltará a ser deficiente intelectual. Ele então se vira para os médicos e puxa o cadáver de Algernon do bolso do casaco, expondo o segredo que eles estão a tentar esconder. Charly foge da convenção para as ruas, mas tem visões do seu antigo eu em todos os lugares. Retorna à clínica e, com os Drs. Nemur e Strauss, tenta encontrar uma maneira de parar a regressão.No final, nada pode ser feito, então Charly aceita seu destino.O filme termina com Alice vendo-o brincar com as outras crianças no parque novamente.

A força da actuação de Robertson é como humaniza o personagem. Interpreta Charly pré-operatório com uma doçura e inocência infantis. Quando Charly diz a Alice que gostaria de “ficar esperto” para poder entender melhor os colegas de trabalho, percebe-se o isolamento que ele sente dos outros por causa da deficiência. É um clichê que actores que interpretam personagens com deficiência recebam automaticamente o Oscar, mas Robertson ganhou o prémio de Melhor Actor por esse papel.

O filme não é isento de falhas.Nelson esforça-se demais para atrair a geração hippie usando várias técnicas de filmes experimentais, principalmente a tela dividida durante certos diálogos. Há também a cena bizarra em que Charly se torna um motoqueiro hippie, que usa uma colagem de imagens para ilustrar o estado de espírito fracturado. A cena pode ter funcionado num filme diferente, mas emCharlyparece uma tentativa artística estúpida. Não ajuda que Robertson pareça ridículo com um corte de cabelo desgrenhado e barba.

A história de amor entre Charly e Alice parece forçada.Enquanto os personagens se apaixonam no romance, o filme nunca explica por que ela de repente o quer depois que ele quase a estuprou.Se o filme mostrasse Alice a resolver os sentimentos por Charly, isso tornaria o relacionamento mais autêntico.

O resto do filme compensa as falhas. A banda sonora de Ravi Shankar é linda, e a cinematografia captura a beleza do Outono em Boston. Às vezes, as experiências de Nelson compensam;a cena em que Charly corre pelos corredores da clínica em câmera lenta e vê o antigo eu em cada esquina é particularmente poderosa. O que faz deCharlyum filme maravilhoso é a história de um pária que consegue o que quer, mas a um custo terrível.

Clifford Parker Robertson III(9 de Setembro de 1923 – 10 de Setembro de 2011) foi um actor e aviador americano cuja carreira no cinema e na televisão durou mais de seis décadas. Robertson interpretou um jovemJohn F. Kennedyno filmePT 109de 1963 , e ganhou oOscar de Melhor Actorem 1968 pelo papel no filmeCharly.

Iniciativa Jovens Águias

Piloto privado certificado, foi membro de longa data daExperimental Aircraft Association(EAA), trabalhando em posições de destaque e, eventualmente, co-fundando oYoung Eagles Programcom o presidente da EAA,Tom Poberezny. Robertson presidiu ao programa desde seu início em 1992 até 1994 (sucedido pelo ex-piloto de testesGen. Chuck Yeager).Juntamente com a educação dos jovens sobre a aviação, o objectivo inicial do Young Eagles era levar um milhão de crianças (muitas delas nunca voaram antes) antes da celebração do 100º aniversário do voo em 17 de Dezembro de 2003. Essa meta foi alcançada em 13 de Novembro , 2003. Em 28 de Julho de 2016, o segundo milhão de Young Eagle foi pilotado pelo actorHarrison Ford.

Escândalo da Columbia Pictures

Em 1977, Robertson descobriu que a sua assinatura tinha sido falsificada num cheque de $ 10.000 pagável a ele, embora fosse por um trabalho que ele não tinha realizado. Também soube que a falsificação tinha sido realizada pelo então chefe daColumbia Pictures ,David Begelman, e, ao denunciá-la, inadvertidamente desencadeou um dos maiores escândalos de Hollywood dos anos 1970.Begelman foi acusado depeculato, condenado e depois demitido de Columbia.Apesar da pressão para ficar quieto, Robertson e a esposaDina Merrillfalaram com a imprensa.Como resultado, os produtores de Hollywood colocaram-no na lista negra.

Finalmente voltou ao cinema de estúdio cinco anos depois, estrelandoBrainstorm(1983).A história do escândalo é contada no best-seller de David McClintic, de 1982,Indecent Exposure.

Morte

Em 10 de Setembro de 2011, um dia após o aniversário de 88 anos, Robertson morreu de causas naturais emStony Brook, Nova York. Ocorpo foi cremado, e um funeral privado foi realizado na Igreja Episcopal de São Lucas emEast Hampton, Nova York.

Imagens e textos (tradução automática), colhidos da internet